No final de Janeiro eu instalei o Ubuntu MATE 22.04 LTS em meu Lenovo Thinkpad L390 e eu até gostei de como a Equipe do Ubuntu MATE fez um excelente trabalho na Interface deixando o MATE parecer bem moderno. Porém, eu fui atraído pelo GNOME.

E com isso, instalei o Gnome no meu Ubuntu MATE e retirei o MATE do sistema, tentando ficar apenas como Ubuntu Gnome. E posso dizer que eu gostei bastante do que vi e usei. Eu até mesmo poderia ficar com o Ubuntu nesse jeito mesmo. Se não fosse por alguns probleminhas.

Alguns pequenos problemas

Porém, tinha alguns pequenos problemas que me fizeram tomar essa decisão de reorganizar tudo. O primeiro problema, é a Swap que o sistema definiu, que foi bem insuficiente para que a Hibernação do sistema aconteça.

E quando fui pesquisar, vi no Fórum do Diolinux [Arquivo] uma tabela que me esclareceu um pouco mais essa questão do espaço da Swap recomendado, e essa tabela também está presente no site da Red Hat [Em Inglês], com mais detalhes em como modificar a Swap no Linux. A tabela em questão é essa aqui:

Quantidade de RAM no sistema	Espaço de SWAP recomendado	Espaço de SWAP recomendado se usar a hibernação
⩽ 2 GB	2 vezes a quantidade da RAM	3 vezes a quantidade da RAM
> 2 GB – 8 GB	Igual à quantidade da RAM	2 vezes a quantidade da RAM
> 8 GB – 64 GB	Pelo menos 4 GB	1,5 vezes a quantidade da RAM
> 64 GB	Pelo menos 4 GB	Hibernação não recomendada

E como eu tenho 8 GB de RAM em meu notebook, acabei optando por colocar 16 GB de Swap, que seria o dobro do que eu tenho de RAM em meu notebook.

Outro pequeno problema é quanto a minha instalação do Ubuntu MATE. Eu tenho a sensação de que está faltando alguma coisa nessa instalação, já que eu instalei o **ubuntu-desktop** em meu Ubuntu MATE e removi os pacotes do **ubuntu-mate-desktop**. E também sinto que ficaram alguns resquícios do MATE no meu sistema.

E por fim, eu quero reorganizar tudo por causa da minha **/home**. Quero separar ela para não ter problemas com uma possível reinstalação do sistema.

Sistema escolhido

Sendo assim, resolvi reinstalar todo o sistema, mas dessa vez, ao invés de ir para o Ubuntu 22.04 LTS, acabei optando pelo 23.10, para indo me acostumando com as novidades do Gnome até o lançamento do 24.04 LTS.

Também quero optar pela instalação padrão do Ubuntu, que é a mínima, que só vem com o básico. O que pra mim é excelente, já que me possibilita “construir” o sistema do jeito que eu quero, instalando os programas que eu mais uso.

Instalando o Ubuntu 23.10

O Ubuntu 23.10 acabou adotando um novo instalador. Muito mais bonito que o anterior, mas com alguns problemas e algumas pequenas diferenças na instalação. Mas no geral, não muda muito em relação ao instalador do Ubuntu MATE 22.04 LTS.

Claro, como não pode deixar de ser, tudo começa com a escolha do idioma no instalador…

… depois indo para a escolha do Leiaute do Teclado. E como tenho um Thinkpad, escolhi o leiaute específico pra ele.

Logo depois, dá pra ver as Redes que o Ubuntu encontrou. Eu acho um pouco curioso que mesmo que você conecte à Internet antes de instalar o sistema, ele ainda peça para se conectar a uma rede. Não sei se isso seria realmente o comportamento padrão do instalador.

E por aqui, já temos uma das mudanças que eu mais gostei. Assim como no Instalador Antigo, há as opções para fazer uma instalação completa ou mínima, mas o que muda aqui é que o padrão agora é a Instalação Mínima.

Depois foi a hora de particionar o disto. Aqui dá pra ver que o instalador reconheceu o Ubuntu 22.04, mas como eu iria particionar o disco, escolhi pelo Particionamento Manual.

E como eu sofri nessa parte… A primeira partição foi bem tranquila de ser feita, mas as outras duas - ou três, se for contar a /boot/efi - foi um desafio a parte.

Primeiro porque o instalador se negava a ir além dos 100 GB para a partição /home. Mas consegui resolver essa parte. Não sei como, mas ela se resolveu e consegui ir além dos 100 GB.

E segundo que o tamanho da partição criada era bem diferente do que ela era de fato. Por exemplo, a /home estava com 183 GB, mas o “Editar Partição” mostrava apenas 172 GB.

Mas depois de um tempo brigando com o Particionador, essas foram o esquema de partições que ficou em meu SSD:

Dispositivo	Tamanho	Descrição (ou Ponto de Montagem)
/dev/sda1	53 GB	Partição do Sistema (/)
/dev/sda2	184 GB	Pasta de Arquivos (/home)
/dev/sda3	1 GB	Partição de Boot (/boot/efi)
	16 GB	Partição Swap

E aqui a captura de tela do Particionador do Ubuntu de como ficaram essas partições.

E com isso, veio um resumo das partições a serem criadas, e já logo confirmei, para começar as configurações finais.

E assim comecei as configurações finais. Primeiramente com o Fuso Horário, em que o sistema reconheceu corretamente como “America/Sao Paulo”.

Depois com a configuração do usuário. Aqui eu estava em dúvida se eu mantinha o nome antigo da máquina (foxbunny) ou adotava “toca” como nome da máquina. Bom, decidi manter por “foxbunny” mesmo.

Mas aqui eu mudei o usuário. De “coelhoposa” para “rapoelho”. Posso adotar o nome antigo caso eu vá fazer alguma outra instalação em dualboot.

E por fim, algo bem curioso: A escolha do tema. E claro que eu escolhi o tema escuro, pois é o que me agrada mais. Mas talvez eu possa dar alguma chance para o tema mais claro.

E ao clicar em “próximo, fui para a tela final da instalação. E aqui eu vi outro pequeno problema: a falta de uma barra de progresso que realmente mostre o andamento da instalação.

Mas pelo menos tem a visualização em “texto” que dá pra ver o que o instalador está fazendo no momento.

E aqui, eu vi que um pacote travou a instalação por meia hora. E não estou brincando. A instalação ficou travada por meia hora por causa de um pacote de 416 MB! Mas depois que esse pacote foi baixado por completo, a instalação prosseguiu normalmente.

E depois de alguns poucos minutos, a instalação foi terminada. Claro que depois disso, foi a hora de reiniciar o computador para o Ubuntu 23.10 dar o seu primeiro boot.

O meu Pós instalação

Eu acabei optando pela instalação padrão do Ubuntu, então veio bem poucas aplicações para usar no sistema. Somente para se ter uma ideia, esses eram todos os aplicativos no Menu do Ubuntu. Isso mesmo, apenas 26 aplicações.

Quando disse que a instalação padrão vinha apenas o básico, eu realmente não estava de brincadeira. Essa instalação não vem nem mesmo com uma aplicação para ver vídeos ou mesmo para ouvir músicas.

Se por um lado tem o lado ruim de ter que procurar uma aplicação pra isso, por outro tenho a liberdade de instalar aquela aplicação que eu mais gosto de usar.

Antes de tudo, instalar o LAMP + Wordpress

Mas antes de instalar qualquer coisa, tive que fazer uma coisa antes: Instalar o Wordpress + LAMP em meu computador. Decidi começar por isso, pois caso desse alguma coisa de errado, seria bem mais fácil reinstalar tudo e recomeçar do que com uma instalação já configurada com tudo que eu iria usar.

E pessoalmente gosto de colocar o Wordpress na minha instalação justamente porque quero trabalhar com o tema dos meus Blogs. Tanto do Cantinho como da Toca.

Os primeiros aplicativos: XnConvert, Telegram e Discord

Depois do Wordpress, instalei, o excelente XnConvert. Esse é um programa que eu uso no Windows e que é excelente para converter imagens e fazer vários ajustes nelas.

E foi um programa que foi mais chatinho, pois ele reclamou de dois pacotes que não existiam no sistema e não foram instalados quando o XnConvert foi instalado: o qt5dxcb-plugin e o xcb¹. Sendo assim, instalei esses dois pacotes e o XnConvert magicamente funcionou.

Depois instalei o Telegram e o Discord pela Snap Store. Decidi dar uma chance para esse formato, e se eu não gostar, posso alterar para o formato .deb tradicional mesmo.

Quero ouvir música e ver vídeo! Gnome Music e Cellulouid

E para ver vídeos e ouvir música, já que a Instalação Padrão não veio cm esses aplicativos? Para isso, eu optei por duas aplicações bem mais simples: O Gnome Music para ouvir Música e o Celluloid para ver Vídeos.

Sério, são dois programas extremamente simples e que a única função deles é tocar música (Gnome Music) e tocar vídeos (Celluloid), e embalados com uma interface ridiculamente simples e sem muitas firulas.

Tinha uma Impressora no meio do caminho…

Depois foi a hora de instalar a impressora. Eu sei que a minha Epson L3150 não tem suporte oficial para Linux por parte da Epson, mas é a impressora que tenho.

E até me surpreendi que o Ubuntu reconheceu a minha impressora. Porém, ele reconheceu ela como sendo uma HP (!!) não como uma Epson.

E com isso, tive que instalar os drivers da Epson no Ubuntu com esse comando:

sudo apt install printer-driver-escpr

E esperar um pouco até a instalação ser concluída…

E finalmente a impressora foi reconhecida como uma Epson mesmo.

E agora está funcionando corretamente. Inclusive, instalei o Simple Scan do Gnome para usar o Scanner da Impressora. E se eu precisar, eu instalo o Epson Scan da pŕopria Epson (que esse sim, tem pra Linux).

E o Simple Scan é um aplicativo extremamente simples. Ele contém apenas o Básico do Básico para escanear documentos. Talvez apenas o básico seja realmente necessário.

Instalando um Office para editar documentos e o Krita para desenhar

Ainda faltavam algumas coisinhas. Como um Editor de Texto, uma Planilha e um Software de Apresentações. Com isso, decidi dar uma chance para o OnlyOffice, que está também disponível na Snap Store do Ubuntu. Apesar dele ser meio grandinho, é uma boa suíte Office.

E esse é o OnlyOffice. Ele é muito parecido com o Microsoft Office, e inclusive ele usa os formatos da Microsoft por padrão. Para quem quer um Office Gratuito, acho que essa é a melhor opção.

Outro aplicativo que eu também instalei, foi o Krita. Esse é o programa de desenho que irá ser o futuro substituto do PaintTool SAI 2, quando eu me adaptar a esse programa.

Colocando o OneDrive no Linux

Por fim, foi a hora de instalar o OneDrive. Já que eu uso esse serviço da Microsoft e (ainda) não há suporte nativo no Gnome, tenho que instalar por fora um programa que traga o OneDrive para o Linux.

E nesse caso, optei pelo Onedriver, que é uma alternativa boa para acessar o OneDriver no Linux.

Outras coisitas mais

Também acabei instalando mais coisas do Gnome, como os aplicativos Meteorologia e Calendário do Gnome e o Cliente de Emails Geary, que são aplicações bem simples e que cumprem bem a função delas.

Com isso, eu também instalei o XnViewMP, um programa que eu uso no Windows. Eu instalei ele pelo APT, mesmo eu tendo baixado o .deb do site da XnSoft. E a vantagem de instalar os .deb via APT é que se o Pacote depende de outros para funcionar, eles são instalados no sistema.

E esse é um programa que eu gosto de usar no Windows, principalmente por eu poder escanear os meus desenhos diretamente do programa. Embora não tenha esse recurso na versão Linux, eu quero testar como esse programa se comporta.

Comentários Finais

Eu gostei muito de mostrar o meu Pós Instalação aqui no Blog. Isso me fez perceber que eu não preciso de tanta coisa para ter um sistema funcional.

Eu gosto muito de começar a “construir” o minha instalação Linux do Zero, mas gostei dessa abordagem do Ubuntu, que permite com que você faça o seu sistema a partir de um ambiente gráfico já pré-instalado e com o básico do básico incluído.