O Linux está Pronto para o Desktop?

󰃭 11 Nov 2025 (updated: 11 Nov 2025 )

Apesar de ainda faltarem algumas coisas e que para muita coisa ter que procurar alternativas (Adobe, estou olhando pra você), eu creio que, hoje em dia, o Linux está pronto para alguns tipos de usuários. Principalmente para aqueles que não usam softwares muito específicos. Para quem usa o básico, o Linux está pronto. Ao menos na minha opinião.

Programas para o Básico

Isso já faz tempo que o Linux tem. Tem os principais navegadores e algumas suítes Office, que apesar de não serem o Office da Microsoft, oferecem ao menos os recursos básicos que se esperaria de um Word ou Excel da vida.

E algumas das Suítes Office que tem no Linux tem um visual bem semelhante ao Office da Microsoft, como o OnlyOffice que é realmente bem parecido ao Office da Microsoft.

OnlyOffice, uma Suíte Office bem competente

E quanto aos Navegadores? Há a maioria deles para o Linux. Até o Edge que é o navegador padrão do Windows tem uma versão para Linux! O Chrome, que é o principal navegador tem uma versão para o Linux. Ao menos nesse básico, o Linux está bem servido.

Pacotes de Programas

Há 10 anos, quando eu saí do Linux, existia apenas o gerenciador de pacotes das distros e seus respectivos repositórios com os pacotes que poderiam ser instalados no Linux. Tinha que caçar algum tutorial de “Como instalar aplicativo X na distro Y”. E às vezes esses tutoriais envolviam baixar um .deb ou um .rpm, ou ir num Terminal e digitar alguns comandos e instalar o programa que você queria com o gerenciador de pacotes.

E se você estivesse em uma distro que não tivesse esse pacote? Aí você teria que compilar, com aquele famoso trio de comandos:

./configure
make
sudo make install

Hoje em dia, com Snap, Flatpaks e AppImage, pouco importa se você está no Arch, no Fedora ou no Ubuntu. O aplicativo irá rodar da mesma forma. Basta as distribuições suportarem esses formatos.

Claro que dependendo da distribuição você ainda terá que usar a linha de comando para instalar esses aplicativos, mas tem as Centrais de Softwares que tornam a tarefa de instalar os programas nesses formatos uma tarefa bem mais fácil, sem o usuário precisar mexer num Terminal.

E em alguns casos, como nos AppImages, você precisará ativar a permissão de Execução. Mas isso também não é um bicho de sete cabeças, pelo Gerenciador de Arquivos, dá pra ativar essa permissão. E basta ativar a permissão de execução e abrir o aplicativo. Não é perfeito, mas é bem simples do que ter que buscar um repositório, para aí sim poder instalar um programa qualquer.

E para quem precisa de programas mais específicos?

A coisa complica muito quando é necessário utilizar algum programa mais específico. Esse é aquele caso, que pode ser que o programa que você usa realmente não tenha alguma alternativa para o Linux. E se tem uma alternativa, pode ser que a curva de aprendizado seja maior e que não tenha todos os recursos.

Por exemplo: Eu usava o PaintTool SAI no Windows por conta de um recurso bem específico nesse programa, que era a Camada de Linework. Eu até tentei rodar o PaintTool SAI no Linux com o Wine, porém ele ficou inutilizável. E isso, eu tive que procurar uma alternativa, e para a minha sorte consegui: o Krita.

“Krita, o programa que encontrei para desenhar”

E o Krita é um bom caso de “Tem a alternativa, mas tem a curva de aprendizado por ser muito diferente”. Eu tive que reaprender a lidar com bastante coisa do programa, para fazer as minhas artes digitais nele". Por exemplo: A Ferramenta de Linework do Krita funciona como um programa Vetorial. Ou seja, para modificar as linhas, é necessário criar os “nós” onde as linhas irão fazer as curvas.

Então, se você usa um programa bem específico, pode ser que ele não tenha nenhuma alternativa para ele no Linux.

Ambientes Gráficos

O que são os Ambientes Gráficos? Eles são basicamente a parte que o usuário vê e interage. Aquela interface bonitinha do Windows 11 ou do macOS e que permite que você acesse menus, clique em ícones e outras coisas sem precisar de um Terminal.

Mas nesses sistemas, o Ambiente Gráfico faz parte de uma forma mais profunda, digamos assim. Porém, no Linux a coisa muda um pouco de figura. Você tem várias opções e que mudam bastante a forma de usar o sistema.

E o Desktop escolhido, influencia muito a experiência de uso. Seja com o Workflow do Gnome e Hyprland, ou a familiaridade do Cinnamon e KDE Plasma ou a simplicidade do XFCE e Openbox.

Iguais, mas Diferentes

Aqui tem uma outra categoria de programas: Aqueles que tem uma versão para Windows e Linux, mas a versão para Linux é ligeiramente diferente. Um exemplo disso, é o XnView MP, que uso muito no Windows para organizar os meus desenhos escaneados - e ele faz muito bem esse trabalho.

Mas no Linux, ele é diferente. Ele não tem o recurso em que é possível escanear o arquivo pelo XnView MP e assim tratar o arquivo nele antes de salvar - tal como eu faço no Windows. Ou seja, a falta desse pequeno recurso, faria uma pequena alteração no meu fluxo de trabalho.

E falando no XnView MP e digitalização, outro software que difere muito da versão do Windows, é o Epson Scan, que é o utilitário de digitalização das impressoras da Epson. As funções dele não mudam muito, mas o jeito que ele trabalha, sim.

Enquanto que no Windows, os ajustes da pré-visualização são feitos em tempo real sem precisar gerar outra pré-visualização, na versão para Linux, eu tenho que fazer os ajustes e gerar outra pré-visualização para poder ver as mudanças.

E então… o Linux está pronto?

Essa postagem veio de uma divagação que eu estava fazendo com base na época em que eu tinha voltado a usar o Linux, mesmo que num notebook secundário. E vendo que realmente, o Linux não tinha parado no tempo e acabou evoluindo em algumas questões, como no caso da instalação de aplicativos.

Quanto a pergunta inicial: Eu diria que para o básico, sim o Linux pode estar pronto no Desktop. Os principais softwares para um uso mais básico, o Linux tem. Como um bom navegador Web ou uma Suíte Office.

Mas os programas mais específicos fazem falta nesse sistema. E tem muitos usuários que fazem uso de alguns programas específicos. Nesse caso, não, o Linux não está pronto para o Desktop.

Ou realmente não existem alternativas, como para o Photoshop - não, o GIMP não consegue substituir o Photoshop em sua plenitude - ou existe a alternativa, mas ela requer uma curva de aprendizado que pode ser bem desafiadora - principalmente para quem vem do PaintTool SAI e vai migrar para o Krita.

E tem outro fator: a miríade de opções de distribuições existentes. Isso faz com que a experiência no Linux possa ser tanto excepcional - como foi a minha experiência com o EndeavourOS - como um desastre, como foi a minha experiência com o Crystal Linux com KDE Plasma. Ou seja, usar o Linux pode ser totalmente desafiador, como ser bem fácil.


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